Alguns tradutores não querem dar entrevista para o Legendar.com.br. Sabe por quê?

Já aconteceu duas vezes. Chamei alguns tradutores muito conceituados no mercado para darem entrevistas para o site, e eles não aceitaram. Disseram que só aceitariam fazer entrevistas como as da série “Perfis de tradutores”, mas nada mais profundo. Pensei que fosse por medo de exposição na Internet ou coisa parecida, mas não é.

Coincidentemente, as duas respostas foram algo como “Não quero dar uma entrevista amarga, que passe a sensação de baixo-astral.” Não fizemos as entrevistas, mas o fato de que bons tradutores que trabalham em tempo integral com legendagem estarem tendo MUITA dificuldade para se sustentarem, quanto menos para sustentarem suas famílias, já é uma notícia em si.

Isso precisa mudar. Alguém tem alguma sugestão de trazer mudanças ao mercado de legendagem brasileiro? Se sentir necessidade, pode escrever de forma anônima.

Written by legendar on December 5th, 2007 with 3 comments.
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3 comments

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Get your own gravatar by visiting gravatar.com rafael
#1. December 15th, 2007, at 11:04 AM.

A verdade é que, infelizmente, os brasileiros não gostam de ler! Querem tudo “de mão beijada” (leia-se “dublado”).

Infelizmente somos um país em desenvolvimento (ou melhor, subdesenvolvido), onde a grande maioria das pessoas não tem o hábito da leitura e muitas tem dificuldades para ler. Algumas até mesmo nem sabem ler.

Todo mercado precisa de um público para que prospere, precisa de demanda.
E o Brasil ainda não é um bom mercado para o ramo da legendagem.

Get your own gravatar by visiting gravatar.com anoniminha
#2. December 18th, 2007, at 6:04 PM.

Já está difícil para os tradutores se sustentarem, mas já pensaram no novo projeto de lei que exige que as Tvs a cabo tenham 50% de conteúdo brasileiro? Aí é que vai piorar muito, os pedidos irão cair fantasticamente.
Votem contra o projeto! http://www.liberdadenatv.com.br/

Outra coisa que atrapalha também é a pão-duragem do pessoal da TV que muitas das vezes legenda uma série na Venezuela por ser mais barato, o que não significa qualidade, como temos visto por aí. Isso com certeza joga o preço do trabalho “suado” dos profissionais lá embaixo.

Get your own gravatar by visiting gravatar.com Felipe
#3. April 29th, 2008, at 1:07 PM.

Discordo do rafael, mas discordo sem dados concretos sobre a preferência geral por legendas ou dublagens. Se considerarmos que a população com menos educação (e quase sempre de baixa renda) prefere a dublagem e que a população com mais tempo de estudo (e com mais renda) preferem legendagem e aplicarmos isso ao mercado da TV a cabo, cada um fica feliz com o que lhe é oferecido. A população de baixa renda que não pode pagar TV a cabo fica com a programação dublada da TV aberta e a população com mais renda e que pode pagar uma TV a cabo fica com uma extensa grade de programas dublados.

Mas voltando ao assunto, uma idéia que eu sempre tive, mas que nunca soube como colocar em prática, é a de uma greve geral dos tradutores. Tradução é um serviço essencial e com aplicação diária. A dependência, por todos os setores da economia, dos serviços de tradução é imensa. Basta imaginar o que aconteceria se todos os tradutores realmente parassem tudo o que estão fazendo por uma semana. Isso se aplica a tradutores audiovisuais também. Os prazos para entrega de trabalhos são irreais e o valor oferecido não cobre o esforço e dedicação do tradutor para entregar um trabalho decente.

Muitos profissionais não têm a menor idéia do que estão fazendo e caíram de gaiato na profissão e isso seria um grande problema para a efetivação dessa greve. O que pode-se fazer, individualmente, é adotar uma tabela de preços mais condizente com a realidade e sempre aplicá-la. Não é aplicar a tabela “quando der”, é sempre. Mas aí voltamos ao problema dos pseudo-profissionais que não estão a par do contexto da profissão.

Acho que muita coisa ainda precisa mudar pra conseguirmos chegar em um patamar que possibilite essa mobilização geral dos tradutores. Muita conscientização ainda deve ser feita entre os profissionais para que eles percebam como a tradução é essencial e como deveria ser um serviço mais valorizado, tanto pelos que contratam o serviço quanto pelos que o prestam.

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